terça-feira, 25 de janeiro de 2011

BITTERSWEET

Hoje um amigo muito querido disse o seguinte:

"Vc conhece a expressão "bittersweet"?
Bitter é amargo, sweet é doce. Uma coisa bittersweet é algo que te traz sentimentos contraditórios, bons e ruins.
Vc ir embora de Londrina é bittersweet."

Esse post é sobre despedidas. De sonhos, de amigos, de um amor a primeira vista chamado Londrina. Não consigo segurar as lágrimas enquanto escrevo isso, parte por conta da tpm, parte por conta da real dor que é ir embora depois de 3 longos anos.

Não foi fácil, nunca foi. Em 2005 a decisão de ir pra Londrina, o primeiro vestibular fracassado. Em 2006 mais uma tentativa, outro fracasso agravado pela dor de me separar das pessoas que tiveram sucesso em suas investidas. Em 2007 o castigo pelos fracassos, a cobrança de pais desacreditados, finalmente uma vitória... Não! Foram 3: uma bolsa integral em uma universidade paga em Rio Preto, uma vaga na USP em Tecnologia Têxtil e a tão sonhada UEL, isso além dos reencontros que a vida preparou.
E quando eu achava que o pior tinha passado comecei a viver as agrugas da vida de recém saída da casa dos pais, as perdas, os perrengues, os dessabores. Morei em 7 lugares no primeiro ano, falta de grana, saudades de casa apertando, as frustrações de ex aluna exemplar que se tornou uma medíocre aluna de universidade estadual, a dificuldade de estar por conta própria, ter que se virar, trabalhar, cuidar de casa, estudar... 2009 se mostrou conturbado desde o princípio, sem férias, sem tempo pra respirar, um ano tumultuado que resultou num surto e na reprovação do segundo ano. Tive que recomeçar, e quando estava tomando fôlego logo no começo de 2010 me vi completamente sozinha numa cidade estranha onde não tinha mais ninguém, e quando já havia desistido realizei o grande desejo que tinha desde que entrei na faculdade: ter amigos e momentos pra levar na lembrança. O ano não foi fácil, assim como todos os outros também não foram, mas tive sempre comigo pessoas que verdadeiramente fizeram tudo valer a pena. E é por causa dessas pessoas que escrevo hoje, como forma de homenagem à todas as pessoas que passaram pela minha vida desde 2008, àquelas que já não fazem parte da minha vida, àquelas que passaram brevemente mas deixaram sua marca e àquelas que eu quero ter por perto por toda a vida.

Foram churrascos, bebedeiras, tilts e mais tilts, bate-cabelos, crises existenciais e acadêmicas, terapias em grupo (piña colada dazirmã), piriguetagens sem fim, noites em claro depois da balada (benflogin faz bem, faz mal, faz bem, faz mal, faz mal pra mim), noites em claro no msn (projeto integrador e afins), noites de medo e delírio, de frio e lama (N design Curitiba), de freguisses e broderágis, 12-anismo e derivados, amizade e companheirismo, sem esquecer, é lóooxico, que travexty não é bagunça dos nossos vídeos favoritos decorados e repetidos à exaustão. Que que eu to falando? Nada a vê.

Vocês fazem tudo ter valido a pena. Faria tudo de novo, de novo e de novo, tudo igual, pois até nas falhas eu fui vitoriosa e o que aprendi me faz uma pessoa melhor hoje. Obrigada por terem feito parte dos melhores momentos da minha vida, não me esqueçam, por favor, pois jamais me esquecerei de vocês.

Saibam que estou bem, apesar da dor da saudade, pois estou mais e mais perto do meu sonho e fazendo o que mais gosto (e sendo paga pra isso!), estou amando meu novo emprego como modelista (tá? não é uma boate de striptease apesar do nome e de terem me dito hoje que eu levo jeito ¬¬) e agora que serei ryca! não vão me prender e não trabalho aos sábados poderei visitá-los e bater um cabelon por Little London.

Um beijo imenso a todos os envolvidos e até a próxima tilt! o/

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A Imortalidade [5]

"Como viver num mundo com o qual não se está de acordo? Como viver com os homens quando não compartilhamos nem seus tormentos nem suas alegrias? Quando não podemos ser um deles?

(...) O que é insustentável na vida, não é ser, mas sim ser seu eu.

(...) Viver, não existe nisso nenhuma felicidade. Viver: carregar pelo mundo seu eu doloroso.

Mas ser, ser é felicidade. Ser: transformar-se em fonte, bacia de pedra na qual o universo cai como uma chuva morna."

(copiado em 28/06/10 mas nunca me serviu tanto quanto nesse momento, assim como posts mais antigos que nunca publiquei, que estão à espera somente de um momento oportuno...)