quarta-feira, 10 de setembro de 2008

O grande descaso

Hoje estava descansando em frente ao pc (porque ultimamente só pra descansar eu fico aqui, meu tempo livre está dividido entre dormir muito, pensar muito e executar pequena parte do que penso) e comecei a ler os comentários dos posts antigos. E encontrei muito mais comentários do que pensava existir num pobre blog abandonado. Alguns são tão antigos que ficaram sem resposta, e nem adianta responder agora . Outros eu poderia responder mas nem quem comentou nem vai sequer lembrar do comentário que deixou. Pois bem. Peço desculpas a estes, aos amigos que deixei de manter contado, aos blogs de amigos que deixei de comentar. Essa vida de estudante não tá fácil, é pouco tempo pra muita atividade (e ainda por cima estou sem computador e fico usando na casa de amigos e principalmente da casa do Victor).

Espero em um futuro próximo voltar a ter um blog digno de qualquer comentário.

Até qualquer dia!

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quinta-feira, 10 de julho de 2008

O que sinto por ele.

"E se realmente gostarem? Se o toque do outro de repente for bom? Bom, a palavra é essa. Se o outro for bom para você. Se te der vontade de viver. Se o cheiro do suor do outro também for bom. Se todos os cheiros do corpo do outro forem bons. O pé, no fim do dia. A boca, de manhã cedo. Bons, normais, comuns. Coisa de gente. Cheiros íntimos, secretos. Ninguém mais saberia deles se não enfiasse o nariz lá dentro, a língua lá dentro, bem dentro, no fundo das carnes, no meio dos cheiros. E se tudo isso que você acha nojento for exatamente o que chamam de amor? Quando você chega no mais íntimo. No tão íntimo, mas tão íntimo que de repente a palavra nojo não tem mais sentido. Você também tem cheiros. As pessoas têm cheiros, é natural. Os animais cheiram uns aos outros. No rabo. O que é que você queria? Rendas brancas imaculadas? Será que amor não começa quando nojo, higiene ou qualquer outra dessas palavrinhas, desculpe, você vai rir, qualquer uma dessas palavrinhas burguesas e cristãs não tiver mais nenhum sentido? Se tudo isso, se tocar no outro, se não só tolerar e aceitar a merda do outro, mas não dar importância a ela ou até gostar, porque de repente você até pode gostar, sem que isso seja necessariamente uma perversão, se tudo isso for o que chamam de amor. Amor no sentido de intimidade, de conhecimento muito, muito fundo. Da pobreza e também da nobreza do corpo do outro. Do teu próprio corpo que é igual, talvez tragicamente igual. O amor só acontece quando uma pessoa aceita que também é bicho. Se amor for a coragem de ser bicho. Se amor for a coragem da própria merda. E depois, um instante mais tarde, isso nem sequer será coragem nenhuma, porque deixou de ter importância. O que vale é ter conhecido o corpo de outra pessoa tão intimamente como você só conhece o seu próprio corpo. Porque então você se ama também."


Caio F. de Abreu

sábado, 31 de maio de 2008

Insustentável


"Percebia‑se agora de como tinha sido injusta: se realmente lhe tivesse um grande amor, teria ficado com ele no estrangeiro! Lá, ele era feliz e tinha uma vida nova diante de si! Mas ela, ela deixara‑o, ela viera‑se embora! É claro que se convencera que estava a praticar um ato de generosidade, que só se vinha embora por não querer ser um peso para ele! Mas seria essa sua generosidade mais do que um subterfúgio? Na realidade, ela bem sabia que ele havia de voltar, que havia de vir ter com ela! Chamara por ele, arrastara‑o consigo cada vez mais para baixo, como as fadas atraem os camponeses para as turfeiras e lá os deixam morrer afogados. Aproveitara um momento em que o apanhara com dores de estômago para arrancar‑lhe a promessa de que iriam viver para o campo! Como fora manhosa! Fora‑o sempre atraindo atrás de si, sempre para pô‑lo à prova, sempre para se assegurar do seu amor, e fora‑o atraindo sempre até ali, até ao estado em que o vê agora: grisalho e cansado, com os dedos meio mutilados, dedos que nunca mais poderão pegar num bisturi."


(A Insustentável Leveza do Ser - Milan Kundera)

domingo, 18 de maio de 2008

A garota do copo d'água

- Sabe a garota do copo d'água?
- Sei.
- Se parece distante talvez seja porque está pensando em alguém.
- Em alguém do quadro?

- Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar e sentiu que eram parecidos.
- Em outros termos prefere imaginar uma relação com alguém ausentea criar laços com os que estão presentes.

- Ao contrário, talvez tente arrumar a bagunça da vida dos outros.
- E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai pôr ordem?

(O fabuloso destino de Amelie Poulain)



Clichê ou não, ADORO esse filme!


segunda-feira, 21 de abril de 2008

The Last Kiss

“As pessoas conhecem a verdade.
Elas podem não gostar ou querer saber dela, mas elas sempre conhecem.
Minta, e você irá perdê-la.”

"O que você sente é somente problema seu, o que você faz pra pessoa que você diz amar, é o que realmente importa."




Um dos filmes mais realistas que vi. Lindo, e triste (como a vida real).

quinta-feira, 20 de março de 2008

De volta ao lar

Tudo igual desde a minha partida, a rotina continua a mesma, os hábitos, velhos hábitos que nunca mudam. Sinto-me em casa novamente. Às vezes parece que o tempo parou por aqui, que nada mudou e nem vai mudar, não importa onde eu esteja. Outras vezes tenho a impressão que eu acordei e que esse mês que estive longe não passou de sonho, e me pego investigando objetos como provas que tudo isso é real.
Lar... Me faz lembrar de um diálogo do filme "Hora de Voltar".


"- Sabe aquele momento da sua vida em que você percebe que a casa em que cresceu não é mais sua casa. De repente, apesar de ter um lugar para ficar aquela idéia de casa não existe mais.
- Ainda me sinto bem em casa.

- Quando se mudar, verá que um dia isso não existe mais. Você se sente como se não pudesse mais recuperar. É como se sentisse saudades de um lugar que nunca existiu. Talvez isso seja como um ritual de passagem, sabe? Não terá esse sentimento de novo até criar uma nova idéia de casa. Para os seus filhos, Para a sua família. É como um ciclo ou algo assim. Não sei. Mas sinto falta dessa sensação. Talvez isso seja a família. Um grupo de pessoas que sentem falta do mesmo lugar imaginário.

- Talvez...”


Ainda não sinto isso... Espero me sentir sempre em casa quando voltar. Agora me sinto bem, melhor do que já me senti antes enquanto morava aqui. A mágica da saudade.

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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Carta

Hoje tive minha primeira crise de choro de saudade mas passou... Fui trabalhar normalmente e to bem agora. Talvez consiga passar a Páscoa em casa, me deram folga no dia 23 e vou ver se trampo no sábado de manhã pra chegar em RP a noitinha, ai eu volto segunda às 5h e chego aqui a tempo de trampar... Verei isso ainda. Parece que só agora fui entender o quanto vocês são importantes pra mim. Sinto falta de ouvir vocês falando, mesmo qndo não era comigo. Queria ter ligado em casa nesse fim de semana mas foi muito corrido já que peguei o horário da manhã no sábado, ai vim pra casa lavar roupa, dormi depois saí e acordei tarde no domingo. Amanhã eu ligo antes de ir trabalhar. Tá tudo bem graças a Deus. Só a saudade que me deixa meio assim às vezes. Estou aprendendo na prática que todo sonho tem um preço, e que o preço do meu é um pouco alto. As vezes que questiono se vale a pena eu lembro do quanto sofri pra chegar até aqui. Isso ameniza o desanimo que sinto por ainda não ver tantos outros sonhos concretizados. Alguns dias me senti exausta, sem animo pra levantar da cama, mas eu sigo em frente. Não faço só por mim (apesar de eu ser a mais beneficiada) mas faço também por vocês. Quero que sintam orgulho de mim. O que vocês pensam sempre pesou muito pra mim. Amo vocês mais do que eu mesma imaginava. Sinto falta mais do que achei que poderia vir a sentir um dia. Espero que estejam bem, que minha vinda pra cá tenha sido motivo de felicidade e não de eterna preocupação. Fiquem bem, eu ficarei.

Beijos, muitos beijos!

Ana.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

A vida como ela nunca foi.

Mas está sendo agora: Recompensadora! Pessoas me tratando com respeito, pais orgulhosos e bonzinhos, parentes com inveja... Sou uma diva agora! Pessoas que nem conheço (mas que conhecem meu pai) me dão parabéns na rodoviária de Schimidt. Um luxo só.

Aproveitarei meus dias de paz e alegria plena, porque eles nunca duram muito. Mas a cada tormenta tornam-se melhores.

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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Sorte de hoje:

Só prometa o que pode cumprir.


Mas nem sempre que eu posso cumprir eu sei que posso... Entende?

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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Eternal Sunshine

- Joely?

- Sim, Tangerina?

- Eu sou feia? Quando criança, eu me achava feia.
Não acredito que já estou chorando.
Às vezes acho que as pessoas não entendem a solidão de ser criança. Como se você não fosse importante.
Eu tinha oito anos e tinha esses brinquedos. Essas bonecas. A minha preferida era uma boneca feia que eu chamava de Clementine. Eu gritava com ela “Não pode ser feia! Seja bonita!”. Estranho. Como se, caso eu pudesse transformá-la eu também mudaria, magicamente.

- Você é linda!

- Joely. Nunca me deixe... Você não me conta as coisas, Joel. Eu sou um livro aberto. Eu te conto tudo. As coisas mais constrangedoras. Você não confia em mim.

- Falar sem parar não é necessariamente se comunicar.

- Eu não faço isso. Quero te conhecer... Eu não falo sem parar. Cristo! As pessoas têm que dividir as coisas, Joel. Intimidade é isso. Realmente não gostei do que disse.

- Me desculpe. Minha vida não é interessante.


(Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Mudanças que marcam fases da vida

Vida nova merece cabelo novo. Corte, escova, tudo lindo. Pena que estava chovendo.

Já dizia Tyler Durden "Um momento é o máximo que se pode esperar da perfeição."

x/




quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Anetta em "Vida de Universitária"

Primeira lição: Nunca desista dos seus sonhos.

FIKDIK!

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sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Redescobertas comicamente desagradáveis sobre o país em que vivemos

Sexta-feira, 11 de novembro de 2008, 19:30.
Um dia de trabalho como outro qualquer, tirando o fato da noite anterior ter sido um tanto ''baladeira" para uma quinta-feira de quem trabalha. Poucas horas de sono, apesar disso uma noite bem dormida, rendimento acima do normal no serviço. Um certo contentamento, tirando a dor nos pés e a sensação pegajosa do corpo suado.
Chego em casa no horário de sempre, em torno de 19h. Sento no sofá, tiro os tênis, mexo os dedos dos pés com satisfação. Mal posso esperar para chegar 13h do sábado, e descansar o resto do dia, e o domingo também. Segunda será um dia bom, dia de pagamento é sempre bom. Me entristece saber que uma gorda parte não só do meu salário é destinada a coisas idiotas e inúteis, como a mais nova aquisição do meu pai.
Sentada no sofá, ainda mexendo prazerosamente os dedos dos pés, minha mãe me diz "Olha o kit, aí perto da tv". Estico os braços com uma certa dificuldade, apanho o estojinho parecido com um estojo para guardar óculos e abro. Não sei descrever a minha reação ao abri-lo. Algo próximo do riso, mais próximo da indignação. O tal "kit" contém: dois preservativos, dois potinhos com graduação daqueles que vem em xarope, dois saches de gaze embebida em álcool, duas ampolas com água para injeção e duas seringas descartáveis. Além da "bula" que diz na capa "AIDS e usuários de drogas injetáveis: tudo o que você precisa saber para se proteger".
"Ora, - digo - só faltou a amostra grátis de cocaína!" (e talvez aquela borrachinha, porque fica difícil achar a veia sem ela...)
Ironia imensa é a distribuição de um kit desses gratuitamente em postos de saúde em um país em que pessoas morrem por falta de medicamentos e onde o consumo e a comercialização de drogas é proibido. Muito me admira que seja gasto um dinheiro razoável do NOSSO salário para comprar kits para drogadinhos (isso se ao menos eles seguissem o manual de uso "correto e seguro de drogas injetáveis").
Perguntei ao meu pai se eles tinham dado a ele o kit numa boa e ele respondeu "Tinha uma prateleira cheia dos kits com livre acesso a todos, do outro lado um estoque de preservativos". Ah bom, se é assim sim! Afinal eles se preocupam com a saúde das pessoas, né? Já tinha ouvido falar do kit, mas ao adquirir um a coisa tem outro aspecto. "Eles ainda não desistiram desse kit?", me indaguei. "Ah sim, claro! Como eles podem desviar algum dinheiro sem ter com o que gastar?"
Comentei com minha mãe "Por que cargas d'água eles não legalizam essa droga (conotativamente) logo?" e minha irmã de 13 anos respondeu "Porque o tráfico beneficia os fodões né!?!". Seria muito melhor chegar na farmácia e pedir pro farmacêutico “Aplica aí uma dose”, e os laboratórios tabelariam o preço da droga. Teria até "droga genérica", seria bem legal. Fiquei parada, olhando fixamente para o tal kit e pensando em que raios de mundo eu estou vivendo. Vou guardar o kit, talvez até monte uma coleção de coisas compradas com o meu dinheiro cuja utilidade me é desconhecida (porque coisas inúteis eu mesma compro, mas a utilidade eu sempre encontro!).
Uma pena que ainda não exista inteligência e bom senso injetáveis... (porém duvido muito que se existisse alguém que precisa usaria!) E continuo admirando pessoas que têm essas idéias brilhantes como essa de criar o kit que irão salvar o mundo. O ser que inventou isso deveria ganhar um Nobel. Sinceramente viu!
E eu continuo desacreditando no nível que a hipocrisia das pessoas pode atingir. Só o que eu posso fazer é tomar um bom banho, fazer uma auto-massagem nos pés e esperar o pagamento pra comprar umas doses de coca, pra estrear o kit (Y), porque viver lúcida e sóbria nesse planeta está cada dia mais difícil.

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sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Escritores

Há vários escritores que admiro demais, famosos ou não, vivos ou não... Alguns escrevem coisas que me dão uma luz sobre várias coisas antes obscuras para mim. Outros conseguem passar para o papel sentimentos que não entendo. Mas a melhor coisa do mundo é ler o que um de seus escritores favoritos escreveu para você!

Sou sortuda, não?! x)

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terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Next Year




"Eu voltarei para casa ano que vem"

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