terça-feira, 31 de julho de 2007

domingo, 29 de julho de 2007

Home sweet home

Às vezes, um pedacinho do paraíso,
Outras vezes um inferninho
Um lugar feito de tijolos, cimento, sonhos e frustrações. E muito, muito 'mato' (e insetos, e outros animais detestáveis!)
Sem dúvida alguma o único lugar no mundo em que eu posso ser eu mesma, com todos os defeitos e qualidades expostos, que mesmo assim vão continuar me amando.
O lugar que carinhosamente chamo de lar.

Lar: s.m. A casa de habitação; a terra natal; a pátria; a família.



Esse é o lugar em que eu vivo (ou me escondo, como preferir!)...

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Vida antes e pós tecnologia

Há muito tempo venho pensando a respeito... Tudo começou quando ganhei o computador com mesinha, cadeira e tudo o mais, isso em 2002 (sim, eu só fui ter um computador decente depois que me mudei para Rio Preto...) e meu pai, sempre que compra algo novo, fica cheio de cuidados excessivos que quase nunca evitam uma tragédia.

Eu tinha ganho da minha mãe um daqueles rechô (rechaut deve ser o nome correto, enfim...) em que se coloca essência e água e uma velinha embaixo para perfumar o ambiente, e eu insistentemente após várias recomendações do meu pai fui 'manejar' o dito cujo perto da cadeira nova. Tragicamente derrubei vela derretida em cima da cadeira! Fiquei desesperada, é claro! Tentei limpar com água e sabão, mas foi completamente inútil e já estava me preparando para dormir e acordar no dia seguinte com um sermão básico logo pela manhã quando meu pai visse a caca mas tive um estalo! Já tinha até desligado o computador quando tive a brilhante idéia de ligá-lo novamente, conectar à Internet e digitar no Google "como tirar vela de tecido?" e lá estava a resposta: "basta colocar um tecido de algodão seco sobre a mancha e passar a ferro". Pronto! Resolvido o problema, e sem sermão... Mas aconteceu outra tragédia, e essa irremediável: queimei a cadeira porque encostei bem a pontinha do ferro direto no tecido da cadeira, e tecido sintético é o capeta e queima fácil fácil... Ainda bem que no outro dia pela manhã meu pai nem notou o pequeno acidente (e foi bem pequeno mesmo, e bem menos visível que uma mancha clara de vela no tecido escuro), e pra me ajudar um priminho chatíssimo meu veio nos visitar e ficou sentado o tempo todo perto do pc e meu pai implicando com ele. E dias após o ‘acidente’ meu pai percebeu a mancha e veio perguntar pra mim e pra minha irmã se a gente tinha grudado chiclete na cadeira e eu, usando minha criatividade magnífica, disse "AAAAAAAAACHA! (com o ar mais surpreso e mais sonso do mundo) Deve ter sido o Pedrinho pai!" (Pedrinho = primo chato do dia pós-acidente). E ficou por isso mesmo, e a implicância com o moleque meu pai nutre até hoje (e nem sonha com a verdade, ainda bem que meu pai não lê blogs... E ai de alguém se me denunciar!!!!)
Além disso descobri meus dotes culinários através da Internet! Não que eu seja uma chef mas sei seguir qualquer receita direitinho! Aprendi a fazer tapioca numa comunidade do Orkut ("Nós Amamos Tapioca", pra quem quiser a receita né? E vou cobrar pela propaganda!), a fazer bolo de cenoura, bolo formigueiro, bolinhos-de-chuva, mousse de chocolate entre outras coisinhas altamente calóricas e quase nada nutritivas... Descobri que posso até morar sozinha, que me viro bem se tiver um computador com Internet (apesar de odiar cozinhar o ‘trivial’)
Internet, Internet, tudo a Internet. Até namorado arrumei via Internet! E não foi só 1! (Como se eu tivesse tido muito mais que 1... Mas os 2 foram por Internet! Mas essa história fica pra outro dia, isso depois que julgar se merece ser mencionada com detalhes). Eu fico imaginando como seria a vida sem Internet. Oras, seria como era antes de 2002... E em 2001 eu vivia muito bem, obrigada! Mas esse é o tipo de coisa que você só não sente falta se nunca tiver nenhum contato, e como hoje em dia é difícil não ter NENHUM contato logo todo mundo acaba sentindo falta pelo menos um pouco.
A minha mais nova descoberta via Internet foi o site da Singer, esse mesmo, da empresa que fabrica máquinas de costura. Estava eu matutando em como convencer minha mãe a terminar logo minhas roupas novas (minha mãe costura, e 80% das roupas que tenho tem um dedinho dela. Um não, dez!) E ela me embromando, dizendo que não sabia como fazer casas de botão na máquina 'nova' (que de nova não tem nada, é mais velha que eu! Era da minha tia e passou pra minha mãe, por isso o manual de instruções se perdeu). E eu fazendo chantagem, dizendo que lavava, passava e cozinhava, tudo pra ela ter todo o tempo do mundo pra terminar a bendita camisa nova. Até que, deitada na minha cama antes de pegar no sono (que é a hora em que tenho as melhores idéias), lembrei que poderia pesquisar "como fazer casas de botão?" no Google! E logo quando acordei no outro dia (no caso sexta, às 14h) consegui encontrar o manual de uma máquina similar (já que a máquina em questão tem 28 anos!!!) e eu mesma aprendi a fazer casinhas de botão! OHHHHHH! Resultado: ganhei 2 camisas novas (Y)

Com isso tudo podemos concluir que:
1º Eu sei usar o Google
2º Eu sei engrupir
3º Eu sei cozinhar
4º Eu sei chantagear
5º Eu sei costurar
6º Você pode aprender a costurar via Internet!
7º E não menos importante: Eu só sei como é a vida PÓS tecnologia, antes eu não me lembro! x.x

E fim! (Ainda preciso escrever minhas divagações sobre a importância da eletricidade!)

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quinta-feira, 26 de julho de 2007

Tentativa de pagar a antiga dívida ou de pelo menos justificá-la...

Ultimamente tenho me sentido em dívida comigo mesma...
Tudo por 'culpa' desse blog... Quando eu resolvi criá-lo eu tinha certeza que ninguém ia ler, portanto era como se eu escrevesse num diário mesmo, logicamente que omitindo algumas coisas que não convêm deixar publicamente...
Mas não sei nem como 'descobriram' meu blog, não que isso seja uma coisa ruim, aliás, mesmo antes de eu ter 2 comentários diários eu já sabia que outras pessoas liam no modo 'stalker on'. O problema não é as pessoas lerem, é justamente eu ficar um tanto tímida sabendo que vão ler. Por isso prefiro usar as palavras de outras pessoas que as minhas próprias. Eu sempre tive um certo complexo com as palavras, porque por mais que eu tente nunca acho que são boas o suficiente. Mas eu não criei esse blog para 'exercitar' minha escrita e aprender a organizar idéias em palavras? Eis o ponto em que eu acho que estou em falta, finjo que esqueci e continuo timidamente postando coisas que não são de minha autoria.
É que por ai existe tanto lixo sendo publicado (e não me refiro aos blogs relacionados ao lado), com textos vazios e pedantes que meu maior medo é transformar meu blog num desses ego-blogs... Talvez também tenha um pouco de medo da superexposição, uma ironia pra quem tem orkut, fotolog, blog, last fm, myspace entre outros que posso ter me esquecido de citar.
Mas é outro tipo de exposição, expor um lado meu que poucos tiveram o prazer (?) de conhecer. E sempre que sou impulsionada a escrever coloco muito desse meu lado nos textos...

E de tanto me justificar acabei conseguindo escrever algo... Não que tenha sido um poema de Camões ou algo do gênero, mas escrevi! Quem sabe no próximo post eu não esteja suuuuuper inspirada e escreva algo 'realmente bom' né?!

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segunda-feira, 23 de julho de 2007

Revenge is a dish best served cold...


É isso que está escrito no meu desktop. Mas eu odeio comida fria... E com isso aprendi que viver em função de se vingar de alguém e/ou provar algo a quem quer que seja é uma completa idiotice...
Assistam "Sobre meninos e lobos". E aprendam que fazer justiça com as próprias mãos nunca dá certo.

Fikdik! Ok?beijos!

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ps: Ainda farei uma camiseta com essa imagem! (L)

sábado, 21 de julho de 2007

"Navegar é preciso, viver não é preciso".

Pra quê viver, um luxo desnecessário...

Qual o valor de uma vida mesmo? Esqueci! Não tem valor, de tão barata...

"Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo
e a (minha alma) a lenha desse fogo."
Fernando Pessoa

~ Ouvindo: She Wants Revenge - These Things

(
I'm not a bad man, I'm just overwhelmed
It's cause of these things, it's cause of these things)

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Né?

“ (...) E considerou a cruel necessidade de amar. Considerou a malignidade de nosso desejo de ser feliz. Considerou a ferocidade com que queremos brincar. E o número de vezes em que mataremos por amor. (...)

(...) E, mesmo, quem já não desejou possuir um ser humano só para si? O que, é verdade, nem sempre seria cômodo, há horas em que não se quer ter sentimentos (...)”

A Menor Mulher do Mundo - Clarice Lispector

sexta-feira, 6 de julho de 2007

I look at you and smile because I'm fine now…

É estranho como as pessoas às vezes têm necessidades estranhas. Algumas têm necessidade de ficar triste mesmo sem motivo... Acontecia comigo às vezes. Não consigo entender o porquê de querer ficar triste, e nem tinha pensado no assunto até ler um texto (advinhem de quem!) que falava sobre isso...

Eu ficava procurando milhares de motivos, e sempre buscava no passado... Sim, porque o passado só pelo fato de ser passado já se torna triste... É como se eu quisesse sentir algo diferente no meu presente e buscasse inspiração no passado. O problema (? Ou seria a solução de outro problema?!) é quando nada no passado serve de inspiração e quando não consigo encontrar nenhum motivo pra chorar e tenho a necessidade de desabafar algo que não existe, crio na minha cabeça situações dignas de novela mexicana e consigo chorar, ou conseguia...

Conversando com uma amiga hoje sobre isso ela disse “às vezes é um jeito de lavar os pratos com a gente mesmo”... É, pode ser... Mas meus pratos acabaram, minha roupa suja também. Devo eu me ocupar agora em sujar algumas coisas pra limpar depois? Ou devo me contentar com a alegria mansa que se apoderou de mim? Ando me contentando com a 2ª opção, não estou com muito ânimo pra fortes emoções mesmo... Reservo as fortes emoções pra um momento mais propício, fortes emoções boas e duradouras!


E como não poderia deixar de ser, eis o texto:

“Pois a hora escura, talvez a mais escura, em pleno dia, precedeu essa coisa que não quero sequer tentar definir. Em pleno dia era noite, e essa coisa que não quero ainda definir é uma luz tranqüila dentro de mim, e a ela chamariam de alegria, alegria mansa. Estou um pouco desnorteada como se um coração me tivesse sido tirado, e em lugar dele estivesse agora a súbita ausência, uma ausência quase palpável do que era antes um órgão banhado da escuridão da dor. Não estou sentindo nada. Mas é o contrário de um torpor. É um modo mais leve e mais silencioso de existir.

Mas estou também inquieta. Eu estava organizada para me consolar da angústia e da dor. Mas como é que me arrumo com essa simples e tranqüila alegria. É que não estou habituada a não precisar do meu próprio consolo. A palavra consolo aconteceu sem eu sentir, e eu não notei, e quando fui procurá-la, ela já se havia transformado em carne e espírito, já não existia mais como pensamento.

Vou então à janela, está chovendo muito. Por hábito estou procurando na chuva o que em outro momento me serviria de consolo. Mas não tenho dor a consolar.

Ah, eu sei. Estou agora procurando na chuva uma alegria tão grande que se torne aguda, e que me ponha em contato com uma agudez que se pareça a agudez da dor. Mas é inútil a procura. Estou à janela e só acontece isso: vejo com olhos benéficos a chuva, e a chuva me vê de acordo comigo. Estamos ocupadas ambas em fluir. Quanto durará esse meu estado? Percebo que, com esta pergunta, estou apalpando meu pulso para sentir onde estará o latejar dolorido de antes. E vejo que não há o latejar da dor.

Apenas isso: chove e estou vendo a chuva. Que simplicidade. Nunca pensei que o mundo e eu chegássemos a esse ponto de trigo. A chuva cai não porque está precisando de mim, e eu olho a chuva não porque preciso dela. Mas nós estamos tão juntas como a água da chuva está ligada à chuva. E eu não estou agradecendo nada. Não tivesse eu, logo depois de nascer, tomado involuntária e forçadamente o caminho que tomei - e teria sido sempre o que realmente estou sendo: uma camponesa que está num campo onde chove. Nem sequer agradeço ao Deus ou à natureza. A chuva também não agradece nada. Não sou uma coisa que agradece ter se transformado em outra. Sou uma mulher, sou uma pessoa, sou uma atenção, sou um corpo olhando pela janela. Assim como a chuva não é grata por não ser uma pedra. Ela é uma chuva. Talvez seja isso ao que se poderia chamar de estar vivo. Não mais que isto, mas isto: vivo. E apenas vivo de uma alegria mansa.”

Tanta Mansidão - Clarice Lispector

~ Ouvindo The Killers - On Top

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Ainda ela...

Eu realmente não consigo me expressar bem... Quando eu penso que vou conseguir escrever eu passo rápido pro papel e na hora de colocar aqui eu nunca acho que seja bom o suficiente. Sempre que entro no blog de uma pessoa em especial (e ele vai saber que é ele quando ler esse post) e leio seus posts fico feliz por gostar de alguém como ele, mas de certa forma fico triste por não corresponder com palavras tudo que ele demonstra com as dele. De qualquer forma sempre que leio algo muito bom penso "bem que eu podia ter pensado em escrever isso antes!", mas aí ja é tarde... Alguém traduziu meus sentimentos antes de mim, ou deve ser porque meus sentimentos não são tão exclusivos assim e mais pessoas sentem e são melhores em traduzí-los...
Mas chega de blábláblá, o que importa é que quando li esse texto pensei que seria uma forma de mostrar a ele que não sou perfeita, mas que de qualquer forma eu aprendi o cálculo matemático correto...

“ (...) Porque eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria - e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele. É também porque eu me ofendo à toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa. É porque sou muito possessiva (...)”

Perdoando Deus - Clarice Lispector


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