quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Vida antes e pós Internet banda larga...

Sim, minha vida mudou depois que meu bairro perdido no meio do nada foi 'contemplado' com sinal do Speedy!
A principal mudança certamente foi a diminuição dos atritos entre mim e minha irmã, já que o principal motivo sempre foi a posse do computador em horário de pico, ou seja, depois do horário em que minha mãe deixava a gente conectar... E isso até gerou uma situação inusitada: uma perguntando pra outra "quer usar agora? porque eu vou fazer outra coisa..." Para os meus pais a primeira vez em que ouviram essa pergunta deve ter sido chocante!!! Já que eles estavam habituados a ouvir sempre "sai daí logo que agora sou eu!" ou então "você ta aí desde não sei que horas, agora é a minha vez"
Atualmente estou até com falta de motivos para brigar com minha irmã... Minto! Ainda tenho muitos motivos para brigar com ela... Mas nenhum deles se compara ao computador! Brigas clássicas ocorreram sobre a cadeira citada alguns posts atrás... Tsc tsc... Nem quero me lembrar!
Não sei porquê ao começar a escrever aqui lembrei duma coisa que aconteceu outro dia... Estava eu aqui nesse computador quando resolvi fazer outra coisa qualquer e fui ver se minha irmã queria usar... Comecei a chamar por ela, procurei-a no quarto para ver se não estava dormindo, fui até a cozinha, procurei em todos os cômodos possíveis e nada dela... Então fui até o meio do mato (como eu carinhosamente chamo onde ficam as plantinhas) perguntar à minha mãe se ela tinha visto minha irmã. E minha mãe respondeu "Nossa, a Amanda saiu faz tempo! Foi à casa de uma coleguinha...". Tudo bem.
Voltei à sala, estava desligando o computador quando o telefone tocou. Era para meu pai. Eu disse "espera um pouco que eu vou chamá-lo" e comecei a gritar por ele. Procurei em todos os cômodos novamente... Acabei indo até o telefone e dizendo "me desculpe, mas não sei onde meu pai está! Depois eu peço para ele ligar para você". Poxa, não é tão difícil assim eu perder minha família em casa, são 5 mil metros quadrados de terreno, e minha casa fica bem no meio cercado por 'mato' e tal... Fui denovo até onde minha mãe estava e perguntei "onde o pai está?" e ela respondeu "ele foi levar a Amanda e ainda não voltou". Pensei "e eu nem notei a falta deles... Que desnaturada!"
O dia passou, anoiteceu e chegou a hora em que todos se reúnem no mesmo cômodo (milagre!), aqui mesmo na sala, onde fica o computador e a tv. Todos reunidos mas cada um em um 'planeta' diferente. Eu estava aqui, sentada em frente ao computador, com fones de ouvido e entretida com alguma coisa como sempre. Minha irmã estava deitada no sofá, pensando sabe-se lá em que. Meu pai estava lendo qualquer coisa e minha mãe estava assistindo ao jogo de vôlei masculino na tv (ui!). Assim, 'do nada', acabei me distraindo e passei a observá-los e lembrei de uma das peças que assisti durante o FIT chamada "Amores Surdos". A peça fala justamente da vida familiar, em que todos convivem sob o mesmo teto, cada um autista ao seu modo, e ninguém percebe ninguém... Se eu for me aprofundar no assunto acabo deprimida porque é triste pensar que as coisas são assim e pronto, e de uma hora pra outra alguém que está do seu lado pode não estar mais e que você pode se arrepender de não ter dado mais valor, e toda essa história. Mas no momento o computador era mais atraente... E depois de pensar e pensar acabei me perguntando "será que tem um hipopótamo no meu quarto e eu não notei?"* Mas não foi um hipopótamo que me despertou do devaneio e sim uma cachorra obesa que faz coisas bizarras como pedir aos pulos para que abram a porta para ela sair e se esvaziar (tenho 2 cachorras da raça rotweiller que ficam a maior parte do tempo dentro de casa, algo bastante incomum!)... E pouco depois se passou o episódio do hipismo** e todos, por um breve instante, voltaram a habitar o mesmo planeta.
É, “há coisas na vida que se tem de viver com elas”...

FIM! (antes que meu post tome um rumo mais inesperado ainda...)

*Na peça o filho mais novo escondeu um hipopótamo quando este ainda era filhote dentro do seu quarto e o resto da família só foi notar 5 anos depois...

**Diálogo entre meu pai e minha irmã ao passar uma notícia sobre o hipismo nos Jogos Panamericanos:
Irmã: "Mãe, deixa eu fazer isso também?"
Pai: "Mas você tem que prometer que não vai derrubar o jóquei"
Eu: AUHAUUAHUAHUHUHUHUHUHUAAHUHUAHAUAHUAHAUAUHUAHAUHAUHAUAHUAHAUHAUAHAU
Irmã: "Mãe, deixa eu dar um coice nele?"
Eu: UAHUAHAUAHUAHAUAHUAHAUHAUAHUAHAUAHUHAUAHUAHAUAHUAHAUAHAUAHUHAUHUHAUAHAUAHUAHAUHAUAHUAHAUAHAUAHUAH
Mãe: ... (olha com cara de desaprovação para os 2)

3 comentários:

Tyler Bazz disse...

Seu pai é piadista DOS BONS!!!!
aUHAuhaUHAuhaUHAuhaUHAuha

Clarissa disse...

Ah... família é fogo, viu!
Eu reclamo, mas não vivo sem. ^^

E o bolo? Saiu ou não saiu?

Anônimo disse...

Vc tem uma veia literária bem legal. Escreva mais...