quarta-feira, 29 de agosto de 2007

O assassino branco

Ana estava indo pela rua Voluntários de São Paulo em direção ao cruzamento com a rua Siqueira Campos com seu grupo de amigos. Estavam todos muito animados para ver o show daquela banda fodástica de graça na praça, aquela praça em frente à catedral, e todos falavam alto e ao mesmo tempo, como sempre acontece quando um grupo de 'adolescentes' (pela idade poderia chamá-los de adultos) eufóricos se reúnem.
Subindo pela mesma rua estava o cara estranho, com aquela barba rala em seu rosto trigueiro e seus óculos escuros modelo aviador de lentes espelhadas, dirigindo seu carro branco esportivo de vidros também espelhados, formando um par perfeito que até causava arrepios em quem ousasse cruzar o seu caminho. O estranho rapaz e seu curioso carro flutuavam pela rua, como se movidos pelo vento, e o rapaz parecia fazer parte do carro, ou o carro do rapaz tamanha a intimidade dos dois.
Ana, movida por sua típica curiosidade, não pôde deixar de observar o belíssimo carro branco-gelo que passava lentamente por ela. Ao parar na calçada no cruzamento entre as duas ruas já citadas ela notou como o automóvel se dirigia de forma suave para a rua S. Campos, e a habilidade com que deu meia volta na contramão e veio inesperadamente em sua direção!
Tomada pelo desespero a garota não conseguiu se mover, congelada pelo pavor que se apoderou de seu corpo. Ao contrário de seus amigos, permaneceu no lugar onde estava, sendo atingida em cheio pelo monstro pálido. Um de seus amigos, que ela não conseguiu identificar, conseguiu arrastá-la para fora do campo de visão do ensandecido rapaz que controlava o carro, afastando-o para logo em seguida avançar novamente para cima dela.
Num instante ela viu-se frente a frente ao carro com seu sangue estampado no capô, e como da primeira vez foi atingida, e mais uma vez, e mais outra. E por mais que Ana tentasse correr ou se esconder, ou entrar dentro de estabelecimentos, ou ainda subir sobre outros automóveis o carro cor-de-neve sempre conseguia encontrá-la e ferí-la, movendo-se de forma sobrenatural.
Quando já estava mortalmente ferida e inconsciente, o rapaz abriu o vidro, que até então o impedia de ser reconhecido, retirou os óculos e olhou impiedosamente para ela, recolocou os óculos e deu meia volta, indo embora em seu carro, que não tinha nem sequer um arranhão.
Uma das pessoas que assistia ao estranho 'espetáculo' ligou para o resgate, que foi muito ágil no atendimento. Ana, já recobrada a consciência, conseguiu (milagrosamente!) ir até a praça e sentou-se perto do palco montado, onde vários rapazes ajudavam com os últimos ajustes de som para que pudesse começar o show. Um policial se aproximou dela e perguntou o que havia acontecido, e, após ouvir a breve narrativa, registrou um boletim de ocorrência.
- Não é o primeiro essa semana, esse rapaz está sendo chamado de "assassino do carro branco" (nome nada criativo, pensou Ana), e pelo relato de testemunhas ele não vai parar de atacá-la até estar certa de que está morta.
- Queria morrer, mas não atropelada... - ela comentou
- É bom que proteja-se e não seja vista por ele de novo.
E o policial se afastou.
Ana permaneceu sentada, com seus amigos ao redor, protegendo-a de ser vista e ao começar o show ela notou que alguém da banda vestia a SUA saia xadrez! Uma observação estranha, admito...
Alguns minutos após o início do show, estavam todos distraídos pelas alegres e contagiantes músicas que nem notaram que um carro esportivo, cor branca, dava repetidas voltas pelo quarteirão. Ninguém notou, exceto Ana. E por um instante pensou ter sido vista, notificanto seus amigos do perigo iminente.

FIM!

(eu ainda estou sem criatividade para escrever, mas dessa vez Morpheus, o Senhor dos Sonhos, me deu uma ajudinha. Só não ajudou muito com o final...)

2 comentários:

Unknown disse...

Eu acho que o Morpheus não é legal comigo, eu nunca lembro meus sonhos legais :/
Mas eu tenho certeza que foi eu que te arrastei aUAUHhUAhuauhahu
Ou eu podia ser o motorista \m/
Vai saber...

:******

Unknown disse...

Tenho certeza que eu sou o cara estranho, rarararará.

O show era do NX Zero, ai eu catei o caranga véia do meu avô e tentei te atropelar pra vc não ver, mas vc como é muito perspicaz e marota resistiu, e viu o show.

fiquei EMOcionado com o texto, hohohooho!

bjosmeliga!